O que é ser Igreja? : 'Recentrando' a Igreja no Rei e em Seu Reino.
- pastorsantinel
- há 6 dias
- 3 min de leitura

A fé cristã, muitas vezes, corre o risco de ser reduzida a moralismos, ativismos ou experiências desconectadas da essência do Evangelho. Em meio a tantas vozes, métodos e estruturas, a Igreja precisa ser constantemente chamada de volta à sua fonte: Jesus Cristo.
E é dEle que nasce o chamado ao Reino de Deus — um Reino presente, futuro, eterno e encarnado.
O Cristocentrismo não é apenas uma ênfase doutrinária. É a base da fé autêntica. Ser uma comunidade cristã é mais do que crer em Deus ou praticar valores religiosos: é viver centrado na pessoa, na obra e no ensinamento de Jesus de Nazaré.
Ele não é acessório da fé — é o centro, o fundamento, o alvo.
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (1 Coríntios 3:11)
Jesus: a Revelação Final e Completa de Deus
A epístola aos Hebreus começa com essa afirmação essencial:
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou nestes últimos dias pelo Filho…” (Hebreus 1:1-2)
Cristo não é uma parte da revelação — Ele é a revelação plena.
Toda a leitura bíblica, a prática eclesial e a espiritualidade autêntica precisam ser lidas a partir de Cristo, e não ao redor dEle.
Onde Cristo não é o centro, o Evangelho perde sua forma e sua força.
O Reino de Deus: A Missão de Cristo Tornada Missão da Igreja
Quando Jesus inicia seu ministério, sua primeira proclamação é clara:
“O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas.” (Marcos 1:15)
O Reino não é uma ideia abstrata.
Ele é a ação concreta de Deus na história por meio do Filho, reconciliando o que foi separado, curando o que foi ferido, restaurando o que foi perdido.
Jesus não apenas falou sobre o Reino — Ele o encarnou.
Ele tocou os marginalizados, confrontou os poderosos, libertou os cativos e anunciou paz aos que estavam longe.
Portanto, viver centrado em Cristo é também viver comprometido com Seu Reino — com sua justiça, sua misericórdia e sua presença entre os pobres, os quebrados e os excluídos.
Cristo como Rei, Não Apenas como Salvador
O erro de muitas comunidades cristãs é reduzir Jesus a um Salvador individual, desconsiderando que Ele também é Rei coletivo.
Ele não veio apenas salvar almas — veio restaurar toda a criação.
Paulo afirma:
“Pois nele foram criadas todas as coisas… e Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.” (Colossenses 1:16-17)
Isso significa que todas as esferas da vida devem estar sob o senhorio de Cristo:
Nossa espiritualidade, sim.
Mas também nossos relacionamentos, decisões éticas, economia, justiça social, cultura e missão.
O Reino Não É Deste Mundo, Mas Está Neste Mundo
Jesus disse a Pilatos:
“O meu Reino não é deste mundo…” (João 18:36)
Isso não significa que o Reino é “espiritual” no sentido de ser invisível ou intocável.
Significa que Ele não opera com as lógicas do poder, da dominação ou da violência, como os reinos deste mundo.
Seu Reino é o Reino do amor, da verdade, do serviço e da reconciliação.
É por isso que a Igreja, quando é verdadeiramente cristocêntrica, se torna sinal visível do Reino invisível.
Ela proclama, mas também encarna.
Ela ensina, mas também partilha.
Ela crê, mas também transforma.
Implicações para a Vida da Igreja
Cristo no centro da Palavra, da adoração e da missão.
Tudo o que fazemos deve ser um reflexo dEle.
A Igreja como expressão do Reino:
Chamados não a construir impérios religiosos, mas a manifestar o Reino com humildade e verdade.
Discípulos comprometidos com o estilo de vida do Rei:
Que carregam a cruz, não o poder. Que partem o pão, não a fama.
Evangelho integral:
Proclamar salvação eterna e agir pela justiça no tempo presente.
Comentários