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Chamados para Fora: Igreja em Movimento, Não em Estagnação


A Igreja de Cristo não é um fim em si mesma.

Ela foi chamada, reunida e formada por Deus para ser enviada.

Seu movimento natural não é de recolhimento, mas de expansão; não é de fechamento, mas de abertura; não é de isolamento, mas de missão.


Desde o chamado de Abraão até o envio dos discípulos, a narrativa bíblica nos mostra um Deus que forma um povo para abençoar outros povos, que salva para enviar, que transforma para transformar através do outro.

A Igreja, portanto, só é fiel à sua vocação quando vive em movimento — para fora, para o mundo, para o próximo.


“Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.”
(João 20:21)

Essas palavras de Jesus aos discípulos após a ressurreição revelam a natureza apostólica da Igreja: ser um povo que carrega a presença de Cristo onde quer que vá.




1. A Igreja que Se Fecha Perde o Sentido



Quando a Igreja deixa de sair, de servir, de alcançar, ela começa a adoecer espiritualmente.

A estagnação gera comodismo, orgulho religioso e distanciamento do mundo real.

Pior: uma Igreja voltada apenas para si mesma se torna irrelevante para aqueles que mais precisam do Evangelho.


O sal só tem valor quando está em contato com o alimento.

A luz só cumpre seu papel quando se projeta nas trevas.

A Igreja só é sal e luz quando sai do saleiro e da lâmpada escondida (Mateus 5:13-16).


“Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações…”
(Mateus 28:19)

O movimento do “ide” é o antídoto contra a paralisia institucional.

É o impulso que nos lembra: nós não somos donos da fé, somos testemunhas dela.




2. A Igreja Não Existe Para Si Mesma, Mas Para o Reino



A missão da Igreja é maior do que ela mesma.

Ela não existe para manter estruturas, promover eventos ou satisfazer expectativas internas.

Ela existe para servir ao Reino de Deus, sendo sinal, instrumento e antecipação do governo de Cristo entre os homens.


Isso significa:

– alcançar os que não conhecem o Evangelho;

– socorrer os que estão à margem;

– influenciar a cultura com graça e verdade;

– denunciar injustiças e promover reconciliação.


“Proclamem as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
(1 Pedro 2:9)

A Igreja é um povo missionário, não um grupo de manutenção.

Ela está no mundo não para se proteger, mas para salgar, iluminar, curar e libertar.




3. Movimento Com Propósito: Ir, Não Fugir



Ir para fora não é fugir das dificuldades internas, nem substituir comunhão por ativismo.

O movimento da Igreja deve ser guiado pelo Espírito, fundamentado na Palavra e enraizado no amor.


A Igreja não sai porque está insatisfeita com o culto.

Ela sai porque foi cheia da presença de Deus no culto, e agora não pode conter o que recebeu.


Como os discípulos no livro de Atos, ela é impulsionada de dentro para fora:

– ora com fervor,

– parte o pão com reverência,

– mas também anuncia com ousadia,

cuida dos pobres,

– e enche a cidade com a mensagem de Jesus (Atos 5:28).




4. O Mundo Não é Inimigo a Ser Combatido, Mas Campo a Ser Amado



Crescer para fora é também rever nosso olhar sobre o mundo.

O mundo não é um lugar a ser temido, mas um campo a ser cultivado com compaixão e verdade.


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito…”
(João 3:16)

Se Deus amou o mundo, como podemos nos recusar a nos envolver com ele?


Ser Igreja em movimento é sair ao encontro do outro, não com arrogância, mas com humildade.

É ir para as ruas, escolas, redes, famílias e culturas — não para dominar, mas para servir.

É fazer como Jesus: comer com os pecadores, tocar os impuros, escutar os esquecidos, levantar os caídos.




Conclusão: Igreja Que Vai, Igreja Que Vive



Uma Igreja que permanece fechada em si estagna, endurece e enfraquece.

Mas uma Igreja que vai — com paixão, sabedoria e coragem — vive a plenitude de sua vocação.


O movimento missionário é sinal de uma Igreja saudável.

É o desdobramento natural de uma fé viva, que não se contenta em ser retida, mas precisa ser repartida.


“Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!”
(Romanos 10:15)

Que sejamos uma Igreja em movimento.

Não guiada pela ansiedade, mas pelo Espírito.

Não marcada pelo medo, mas pelo amor.

Não presa a si, mas entregue ao mundo —

como Jesus foi.

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